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M**O
“A Hora da Estrela” é a Mona Lisa de Da Vinci vertida em linguagem; autêntica obra de arte.
Dentre as tantas memoráveis obras assinadas por Clarice Lispector, “A Hora da Estrela” é seu legado mais explicitamente comprometido em retratar, de uma forma crua e direta, a enferma realidade social brasileira. A rigor, ela não se debruça sobre o funcionamento do corpo social em si, pois seu interesse está naqueles que perambulam às margens da sociedade sem conseguir nela ingressar.Você pode estar se perguntando o que há de tão inovador em abordar/denunciar a situação desses milhares de anônimos, despossuídos do mínimo que pudesse lhes conferir existência digna.Pois o que faz desse livro tão pungente e celebrado é o fato de que os invisíveis sociais não são, como de costume, analisados do ponto de vista dos visíveis, daqueles que participam e usufruem do que de melhor a vida em sociedade oferece.Entrando no corpo, na mente e especialmente na alma de Macabéa, sua desventurada protagonista nordestina que peleja na cidade do Rio de Janeiro, Clarice se traveste ela própria desses ‘seres meio abstratos’ para nos oferecer um retrato do que é a invisibilidade social sob a ótica do próprio ser invisível.O que realmente choca é que Macabéa é invisível até para si mesma. Tristeza e felicidade são palavras vazias de significado. Macabéa simplesmente é; limita-se a existir. Até a coragem para ter esperança lhe falta. E qual não é sua surpresa, quando se dá conta que para além de existir, ela é um ser pensante, dotado de vontades e desejos. ‘Hoje, pensou ela, hoje é o primeiro dia de minha vida: nasci’. Macabéa, ainda que brevemente, desperta para ‘o grande luxo de viver’.A visceral trajetória de Macabéa é narrada por Rodrigo S.M., também ele um personagem notável, a questionar seu próprio vazio interior nos intervalos em que interrompe a trama em progressão.Considerado um de seus livros mais autobiográficos, Clarice desnuda a si mesma nas fortes palavras de Rodrigo S.M., expondo medos e angústias e confessando que só consegue apaziguar sua alma em tumulto quando escreve.Clarice PRECISA escrever, só assim se faz plena. Do contrário, explodiria. Esse misto de dependência e paixão incondicional pelo ofício, ela assume em reiteradas passagens, cada uma mais potente que a outra: ‘Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias’.Por mais que se declare escritora, a verdade é que Clarice é mais. Se você nunca leu Clarice Lispector, talvez não entenda o que estou dizendo, mas o fato é que nas mãos dela o alfabeto ganha dimensões impensáveis. Clarice é daquelas poucas que revoluciona a sintaxe, virando do avesso todo o sistema linguístico.E ela no fundo sabe disso, quando afirma, incorporada em Rodrigo S.M., que ‘…a palavra, [é] instrumento meu. Ou não sou um escritor? Na verdade sou mais ator porque, com apenas um modo de pontuar, faço malabarismos de entonação, obrigo o respirar alheio a me acompanhar o texto’.“A Hora da Estrela” é a Mona Lisa de Da Vinci vertida em linguagem; autêntica obra de arte.
T**S
Opulento, robusto e chic
Recebi há alguns dias e já estou obcecado, mas lendo aos poucos por querer ler somente à noite. O livro é absolutamente LINDO, tem detalhes deslumbrantes,uma série de materiais extras como avaliações críticas escritas na época de lançamento, uma apresentação rica que contextualiza muita coisa, arte visual, fotografias tiradas das adaptações cinematográficas, além de outras narrativas que dialogam diretamente com o nosso amado Drácula.Mais que uma edição de luxo, uma imersão ultimate em Drácula.
P**
Chegou intacto! 🙏
The media could not be loaded. Reavaliando: O livro chegou intacto. Eu fiquei muito feliz.O livro é bem construído. Costurado, com páginas amarelas e fitilho. Tem boa diagramação e fonte normal. O papel é bom e tem algumas gravuras. Eu amei! Na capa tem um aspecto "sujinho" que dá um charme especial....👉🏼A transportadora LOGGI TECNOLOGIA LTDA, é horrível. Informa o tempo todo que o objeto está na rota de entrega e não entregam. Ocupa o tempo da pessoa esperando. Aí, no dia seguinte, atiram por cima do muro e estraga o livro. Quando não é isso, entregam à noite, fora do horário comercial.Horrível! Me sinto INSEGURA em receber mercadoria à noite. Ficar com o portão aberto durante a entrega.Muito chato, esperar o dia inteiro e não receber.
F**A
O circo no livro
Outra obra da qual eu só conhecia o nome e poucas cenas. É muito bom descobrir o Brasil pela literatura, e isso aqui foi uma experiência alegre do início ao fim.Um livro em forma de peça de teatro, encenada num circo, recheado de humor e boas espetadas críticas de Suassuna.Se você precisa de um livro curtinho para te trazer um pouco de alegria, isto aqui pode te ajudar.Não sei se já é assim, mas deveria ser obrigatório nas escolas.
G**S
Vidas Secas de Graciliano Ramos
Vidas Secas conta a triste história de Fabiano e sua família de retirantes que encaram uma verdadeira odisseia ao tentar fugir da fome e do flagelo da seca no nordeste, uma luta pela sobrevivência em um lugar inóspito, em meio a injustiça e opressão social. Lançado em 1938 pela Editora José Olympio, o livro faz parte da segunda geração do modernismo na literatura brasileira, conhecida como geração de 30.Fabiano, Sinhá Vitória, menino mais novo, menino mais velho, um cachorro chamado baleia e um papagaio que gaguejava e latia, mas que é morto para servir de alimento à família, esses são os personagens que Graciliano se aprofunda em treze capítulos. O romance é marcado pelo estilo regionalista e, dessa forma, o autor descreve com profundidade o psicológico de cada membro da família, que dialoga de maneira rudimentar, beirando a incomunicabilidade, personagens melancólicos, sofridos, com sonhos, esperanças e desilusões – um pêndulo entre o sofrimento e o tédio.Graciliano descreve como se dá essa comunicação no capítulo Inverno, “Não era propriamente conversa: eram frases soltas, espaçadas, com repetições e incongruências. Às vezes com interjeição gutural dava energia ao discurso ambíguo. Na verdade nenhum deles prestava atenção às palavras do outro: iam exibindo as imagens que lhes vinham ao espírito, e as imagens sucediam-se, deformavam-se, não havia meio de dominá-las. Como os recursos de expressão eram minguados, tentavam remediar a deficiência falando alto.”Euclides da Cunha disse que “O sertanejo é, antes de tudo, um forte” em Os Sertões, desse modo, o personagem de Fabiano é uma espécie de herói revoltado, cansado de ser oprimido pela seca ou por qualquer outra coisa, um sertanejo grosseiro, um forte, um pai de família que só conhece o que é a luta pela sobrevivência, sempre enganado por patrões, recebendo menos do que deveria. Chega a ser perseguido pela autoridade sem motivo, talvez por ser considerado tosco, um homem bruto, sem educação, apanha e vai preso, sente-se humilhado, injustiçado, impotente, a vontade de vingança manifesta-se constantemente em seus pensamentos.Um romance que denuncia a realidade do povo nordestino, a injustiça, o atraso, a ignorância, um enredo que leva os dilemas individuais dos personagens a se tornarem problemas coletivos e essa coletivização dos personagens é uma característica forte em Vidas Secas. O autor é bastante influenciado por escritores russos, entre eles; Gogol, Górki, Tolstoi e principalmente Dostoievski.O livro é dividido em treze capítulos, a estrutura faz parecer que se trata de um romance desmontável, possível lê-lo em diferentes ordens. Se observarmos os capítulos e seus números, veremos que o sétimo leva o nome de Inverno, apropriado para o mês de julho, sétimo mês em nosso calendário, marcado pelo começo do Inverno. Ademais, a lei do eterno retorno de Nietzsche pode ser observada na perspectiva da constante fuga da seca, que também possui um ciclo, a ideia dos capítulos Fuga e Mudança remete tanto ao passado da família, como o futuro, o destino. O enredo leva Fabiano e sua família ao encontro de uma fazenda abandonada por outros retirantes que se mudaram e fugiram nas mesmas circunstâncias dos nossos personagens. A fuga é construída a partir do sentimento de medo que é gerado pela ideia de perseguição da seca que retorna constantemente de maneira cíclica. Outra característica da narrativa é o aspecto pretérito imperfeito, levando a história para um mundo imaginário e atemporal.“E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência – e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez – e tu com ela, poeirinha da poeira!” – Friedrich Nietzsche (1844-1900)Vidas Secas é narrado em terceira pessoa, Graciliano utiliza de poucas palavras, elimina tudo que não é essencial, às vezes curto e grosso, às vezes seco como os personagens. A fragmentação dos personagens espalhada pelos capítulos, que chegam a levar seus próprios nomes, leva Graciliano a se aprofundar em cada indivíduo em decorrência da pouca ação do enredo, a atmosfera de imobilidade.A cachorra Baleia é humanizada (antropomorfização) pelo autor, às vezes consegue se comunicar com mais clareza que os seus donos, que encontram-se em condições quase que animalescas (zoomorfização) em sua ignorância. No capítulo que leva o seu nome, seu dono chega a se confundir com um bicho “ – Você é um bicho, Fabiano.”, em seguida encontra a cadela e diz “Você é um bicho, Baleia”. A presença dessa identificação entre o cachorro e o ser humano é uma das marcas do Naturalismo presente na obra.Vidas Secas denuncia há 82 anos a situação dos flagelados pela seca, em 2017 o Nordeste sofreu uma das estiagens mais duras dos últimos 100 anos, o ciclo da dor, da fome, da Mudança e da Fuga vem se repetindo desde o começo da formação da região. A história de Fabiano, Sinhá Vitória, menino mais novo, menino mais velho e baleia vem se repetindo e se repetirá por muito tempo.
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